terça-feira, 27 de setembro de 2011

Dor do parto X Dor da partida

Quando eu estava grávida me mantive boa parte do tempo focada em como seria o momento de dar à luz. Li sobre tudo o que poderia acontecer: em como poderia ser doloroso, o tempo de espera até que o bebê nascesse, como eram as contrações. Como optei por ter Marina de maneira natural sempre ouvia: - Você é muito corajosa, mas não vai aguentar, dói demais. Enfim, sobrevivi e posso dizer que não foi tão dramático assim, embora eu me lembre de quase ter desistido na hora "H".

No entanto, nada poderia me preparar para outro momento dramático da minha relação com minha filha Marina: a hora em que teríamos que nos separar por alguns dias. Em 1 ano e 8 meses, nunca passei uma noite sequer longe dela, adiei esse momento algumas vezes sem sequer pensar no assunto, até que foi inevitável. Por motivos profissionais, precisei passar 3 dias e meio longe do meu bebê.

Sofri longos dias por antecipação, até que o dia de ir chegou! Tudo seguiu tranquilamente, executei meu trabalho como se daqui a umas horas estaria de volta para casa. Quando a noite chegou, a ficha caiu e eu sofri novamente ao perceber que só  veria Marina dali a alguns dias. Não consegui dormir direito. Mas quando o sono chegou foi revigorante. No dia seguinte descobri que sobreviveria e nos dias seguintes segui sem maiores dramas apesar da enorme saudade.

Jamais poderia imaginar que a angustia maior seria na hora de voltar para casa. Eu estava a poucas horas de ver minha gatinha, mas um mar de dúvidas e inseguranças tormaram conta de mim: Será que ela ainda se lembrava de mim? Será que sentiu minha falta ou mesmo morreu de saudades como eu morri? A vontade de chegar era enorme, quase não cabia dentro de mim a ansiedade de vê-la novamente.

Nada pode pagar o que eu senti quando reencontrei Marina e hoje tenho certeza que ela sentiu por mim tudo o que senti por ela nestes 3 dias longe. Nosso reencontro foi lindo, não cabíamos de tamanha felicidade por estarmos juntas, ela não conseguia conter as palavras e misturava todas as histórias que havia vivido sem mim. Abraços, beijos, incontáveis, impagáveis. Sem dúvida essa distância só fortaleceu o que sentimos uma pela outra.

Ir é difícil, mas voltar (re)compensa!!!

Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...